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Bolsas caem com perspectiva de juros mais altos por mais tempo e temor de paralisação nos EUA; ata do Copom, IPCA-15 e mais destaques

Os mercados mundiais amanhecem no campo negativo nesta terça-feira (26), enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos permanecem próximos das máximas de 16 anos, com investidores avaliando a perspectiva de juros mais altos por um período prolongado.

Além disso, investidores estão aguardando os dados de inflação previstos para serem divulgados esta semana, o que influenciará os próximos movimentos dos principais bancos centrais do mundo.

Agentes do mercado também procurarão progressos em Washington, uma vez que os legisladores esperam evitar uma paralisação do governo que poderá ocorrer já em 1 de outubro se o Congresso não chegar a acordo sobre uma lei de gastos.

Na segunda-feira, a Moody’s Investors Service indicou que uma paralisação poderia afetar negativamente a classificação de crédito dos EUA.

Por aqui, a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada foi publicada hoje (26), dando mais detalhes sobre o corte de 0,50 ponto porcentual da taxa básica de juros, a Selic, para 12,75% ao ano.

O documento destacou que os diretores projetam redução da mesma magnitude nas próximas reuniões e reforçou a importância de perseguir as metas fiscais.

Além da ata do Copom, investidores aguardam a divulgação do IPCA-15 de setembro, com consenso apontando para alta de 0,38%, acima dos 0,28% de agosto, com o ano voltando a pontuar acima de 5%, com 5,01%.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã de terça-feira, com investidores digerindo a sinalização do Fed de que as taxas de juros provavelmente permanecerão mais elevadas durante mais tempo, uma vez que a economia tem mostrado resiliência e a inflação permanece demasiado elevada, mesmo quando as pressões sobre os preços diminuíram um pouco.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, disse que os juros podem precisar subir ainda mais para conter a inflação e que, no pior dos cenários, o avanço para uma taxa entre 5% e 7% seria mais sofrido do que a transição de 3% para 5%. Segundo ele, o mundo pode não estar preparado para taxas de 7% com estagflação.

No que diz respeito a indicadores, os investidores ficarão atentos ao relatório final de licenças de construção de agosto, bem como aos dados de vendas de novas casas do mês passado. O relatório de confiança do consumidor do Conference Board para setembro também será divulgado.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

  • Dow Jones Futuro (EUA), -0,38%
  • S&P 500 Futuro (EUA), -0,46%
  • Nasdaq Futuro (EUA), -0,53%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam em baixa generalizada nesta terça-feira, à medida que permanece no radar preocupações com política monetária global após sinalizações dos principais bancos centrais na semana passada.

Na frente de dados, o índice de preços no produtor (PPI, na sigla em inglês) de serviços do Japão subiu 2,1% em termos anuais em Agosto, a taxa de aumento mais rápida num ano.

A leitura foi superior aos 1,7% de julho, e foi o terceiro mês consecutivo em que a inflação no atacado no setor de serviços acelerou.

  • Shanghai SE (China), -0,43%
  • Nikkei (Japão), -1,11%
  • Hang Seng Index (Hong Kong), -1,48%
  • Kospi (Coreia do Sul), -1,31% 
  • ASX 200 (Austrália), -0,54%

Europa

Os mercados europeus recuam à medida que a dinâmica negativa continua no velho continente. Os investidores enfrentam a perspectiva de um período prolongado de taxas de juro mais elevadas, inflação elevada e incerteza econômica.

Os mercados regionais fecharam em baixa na segunda-feira, com as principais bolsas e quase todos os setores em território negativo.

O rendimento dos títulos de 10 anos da Alemanha será observado de perto na terça-feira, depois de atingir seu ponto mais alto desde 2011 na segunda-feira, segundo a Reuters, à medida que os rendimentos da zona do euro também aumentaram de forma mais ampla.

  • FTSE 100 (Reino Unido), +0,13%
  • DAX (Alemanha), -0,45%
  • CAC 40 (França), -0,62%
  • FTSE MIB (Itália), -0,48% 
  • STOXX 600, -0,37%

Commodities

Os preços do petróleo operam com baixa nesta terça-feira, em meio a preocupações de que a demanda por combustível será prejudicada pelos principais bancos centrais que manterão as taxas de juros mais altas por mais tempo, mesmo com a expectativa de que a oferta será restrita.

As cotações do minério de ferro na China fecharam em baixa, com alguns traders embolsando lucros antes do feriado e com aumento das preocupações com a demanda em meio à desaceleração do reabastecimento antes do feriado e aos iminentes cortes na produção de aço na segunda maior economia do mundo.

Os mercados do maior produtor de aço da China estarão fechados para feriados de 29 de setembro a 6 de outubro.

O mercado imobiliário é o maior consumidor de aço na China e a sua fraqueza contínua tem sido um obstáculo para o minério de ferro.

O preço de referência do minério de ferro SZZFV3 para outubro na Bolsa de Cingapura estava pouco alterado, em US$ 116,2 a tonelada.

  • Petróleo WTI, -1,20%, a US$ 88,60 o barril
  • Petróleo Brent, -1,19%, a US$ 92,18 o barril
  • Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 1,64%, a 841,00 iuanes, o equivalente a US$ 115,10 

Bitcoin

  • Bitcoin, -0,28% a US$ 26.233,32 (em relação à cotação de 24 horas atrás)

2. Agenda

O Banco Central publicou a ata do Copom na manhã desta terça. No documento, os diretores projetaram redução da mesma magnitude nas próximas reuniões e reforçou a importância de perseguir as metas fiscais.

No campo de indicadores econômicos, investidores aguardam pelo IPCA-15 de setembro. O consenso Refinitiv projeta alta mensal de 0,38% e anual de 5,01%, em aceleração ante os 0,28% e 4,24% de agosto.

 

Brasil

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8h: Ata do Copom

9h: IPCA-15

09h30: Roberto Campos Neto, presidente do BC, tem reunião, por videoconferência, com T. Raja Kumar, Presidente do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), e Marconi Costa Melo, Coordenador-Geral de Articulação Institucional do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) (fechado à imprensa)

11h: Campos Neto participa da Sessão Solene na Câmara dos Deputados em Comemoração ao Aniversário de 70 anos da Record TV

11h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, participa da Cerimônia de Lançamento da Nova Estratégia Nacional para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (PR/MS)

12h30: Campos Neto tem reunião com Armínio Fraga, Sócio Fundador da Gávea Investimentos (fechado à imprensa)

14h: Campos Neto tem reunião com representantes da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)

17h30: Campos Neto tem reunião, por videoconferência, com Cliff Sobel, Founder/Partner, Scott Sobel, Founder/Partner, e Michael Anthony Nicklas, Partner, do Valor Capital Group LLC, e Michael Greenwald, head of ACI and digital finance da Amazon AWS (fechado à imprensa)

EUA

11h: Vendas de casas novas

11h30: Índice de serviços Fed Dallas

14h30: Discurso de Michelle W. Bowman, membro do Fed

3. Noticiário econômico

AGU defende suspensão de regras atuais de pagamento de precatórios

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou nesta segunda-feira (25) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer a favor da inconstitucionalidade das emendas constitucionais aprovadas no governo de Jair Bolsonaro para estabelecer novo regime para pagamento de precatórios. São chamadas assim as dívidas do governo que foram reconhecidas pela Justiça.

No parecer, a AGU sustenta que o regime prevê aumento crescente da despesa e pode gerar um estoque impagável. Segundo o órgão, o total da dívida pode chegar a R$ 250 bilhões até 2027.

“A permanência do atual sistema de pagamento de precatórios tem o potencial de gerar um estoque impagável, o que resultaria na necessidade de nova moratória, intensificando e projetando em um maior período de tempo as violações a direitos fundamentais que serão melhor explanadas no tópico seguinte”, argumentou a AGU.

Tebet reitera confiança na aprovação da reforma tributária ainda este ano

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reiterou na segunda-feira, 25, sua confiança na aprovação da reforma tributária este ano. Para a ministra, que participa do 18º Fórum de Economia coordenado pelo Centro de Estudos do Novo Desenvolvimento da FGV-EAESP, a reforma está madura e pronta para ser aprovada.

Ela fez uma nova apresentação do Plano Plurianual 2024-2027 durante sua participação no evento e disse querer que “o PPA, que é a primeira peça de planejamento de um país, não fique nas gavetas, e entre no orçamento”.

“Não podemos gastar aquém do possível, mas não podemos gastar mais do que se arrecada porque isso leva à inflação e à irresponsabilidade fiscal”, disse a ministra.

4. Noticiário político

Lula diz que gênero e cor não serão critério para indicação ao STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na última segunda-feira (25), que não deve escolher o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pautado pelo critério de gênero ou cor da pele.

Lula tem pela frente a escolha dos novos nomes para a Procuradoria-Geral da República (PGR), no lugar de Augusto Aras, e para o STF, para ocupar a vaga da ministra Rosa Weber. O mandato de Aras na PGR termina nesta terça-feira (26) e a vice-procuradora Elizeta Ramos assume o comando do órgão interinamente. No STF, a ministra e atual presidente da Corte também deixará o tribunal nesta semana ao completar 75 anos e se aposentar compulsoriamente.

5. Radar Corporativo

Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)

A BRF (BRFS3) comunicou que a Marfrig (MRFG3) passou a deter direta e indiretamente 673.879.961 papéis da companhia, entre ações ordinárias e American Depositary Receipts (ADR’s), representando 40,0529% do total das ações de emissão da companhia.

Na semana passada, a Marfrig já havia elevado sua fatia na BRF de 33,31 para 35,7742%.

A Marfrig diz que aquisição não visa alterar atual composição do controle ou estrutura administrativa, mas tem por objetivo incrementar sua participação acionária na BRF.

Minerva (BEEF3)

O Conselho de Administração da Minerva (BEEF3) aprovou a 13ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em até 4 séries, no valor de R$ 2 bilhões.

A companhia disse que os recursos captados serão utilizados integral e exclusivamente para o reembolso de gastos, custos e despesas já incorridos nos 24 meses anteriores à data de encerramento da oferta.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras (ELET3;ELET6) anunciou que pretende realizar o resgate antecipado de notas comerciais, em série única, na primeira quinzena de outubro, no valor total de R$ 6 bilhões.

O resgate antecipado de toda a sua primeira emissão de notas comerciais está em linha com sua estratégia de gestão de passivos, disse a Eletrobras, em comunicado ao mercado.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)

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