Pular para o conteúdo principal

Pequena notável do mundo fitness, Academia Gaviões sai do ninho e voa para o exterior

Enquanto a Smartfit (SMFT3) amplia seu domínio e já soma mais de 1.500 unidades só no Brasil, outra rede, de proporções bem menores, não se intimida com a concorrência da gigante e trabalha na própria expansão. A Academia Gaviões possui apenas 34 unidades inauguradas, mas planeja abrir outras 32 em breve, com a meta de chegar a 100 até o final de 2025.

Mesmo crescendo aos poucos, já existe um plano de internacionalização em curso: recentemente, a rede abriu sua primeira academia em Ciudad del Este, no Paraguai, e a meta é chegar a 40 no país vizinho em cinco anos. Europa, Estados Unidos e outros países da América do Sul também estão sendo sondados.

Leia mais:

Apesar dos números ainda modestos, a Academia Gaviões é uma veterana no mercado fitness. Começou como uma escola de karatê na garagem de uma casa, na zona norte de São Paulo, na década de 1970. O fundador, Léo Aguiar, se encantou pelas artes marciais ainda adolescente e batizou a escola de luta com nome de animal, uma prática comum nesse nicho (nada tem a ver com o Corinthians, como muitos podem pensar).

O empreendedor conheceu a esposa, Roseli, em uma aula de karatê. Os dois celebraram o casamento dentro da academia e literalmente juntaram forças na condução do negócio. Além da luta, a academia passou a oferecer musculação, aulas de ginástica e outras modalidades de treino. Uma nova unidade foi aberta no início dos anos 2000 com uma novidade para a época: funcionava 24 horas por dia.

Léo e Roseli Aguiar: fundadores da Gaviões celebraram casamento na academia (Foto: Acervo pessoal)

Expansão via franquias

O gavião demorou para sair do ninho. Como o negócio sempre foi conduzido pela família fundadora, havia certa resistência em aderir ao modelo de franquia para a expansão da rede. Até aquele momento, pouco mais de quatro anos atrás, a Academia Gaviões tinha apenas cinco unidades próprias.

“Nossa família tinha receio em emprestar a marca para outras pessoas. Demos duro para construí-la e não sabíamos o que os franqueados poderiam fazer com ela”, admitiu Priscila Aguiar, CEO da Academia Gaviões e filha mais velha do casal fundador, ao InfoMoney. Os mitos foram quebrados e a primeira franquia foi aberta no final de 2019.

Mal uma barreira havia sido superada e outra surgiu: a pandemia. Assim como as concorrentes, a Gaviões transformou academias em estúdios de transmissão de aulas online. “Mas a verdade é que menos de 2% dos nossos alunos praticaram aulas ao vivo”, diz Priscila.

Era comum ouvir que negócios menores não sobreviveriam ao período pandêmico e que as grandes empresas consolidariam esses players, mais cedo ou mais tarde. A Gaviões atravessou essa fase de receita zero com recursos próprios e jogo de cintura na negociação de contratos de aluguel e redução de outras despesas. Hoje, dá a entender que não está à venda.

“Não somos aventureiros construindo algo para vender lá na frente e deixar o franqueado na mão”, diz a CEO da rede de academias.

A CEO Priscila Aguiar, ao centro, com os pais Léo e Roseli (Foto: Divulgação)

O jogo virou

A resistência a “emprestar a marca” ficou no passado. Hoje, mais da metade das unidades da Gaviões, abertas ou prestes a abrir, são franquias. Inclusive, a primeira academia do Paraguai foi levada ao país vizinho por um franqueado brasileiro, que já opera outros negócios na região.

No Brasil, as franquias possibilitaram a expansão geográfica da rede, que hoje possui unidades no Ceará, Tocantins, Santa Catarina e, em breve, no Pará.

Além do modelo tradicional, a Gaviões também trabalha com franquias por cotas, em que mais de um investidor pode entrar com recursos e se tornar sócio de uma academia. A gestão da unidade, nesse caso, fica a cargo de uma empresa recomendada pela rede. Um terço das academias da rede segue esse formato.

Foco nos sedentários

A Gaviões também trabalha com uma estrutura padrão: as academias têm, pelo menos, 900 metros quadrados e precisam estar em locais de muita visibilidade, explica Priscila. “Não importa se há concorrência ou não na área, pois nos faltam pontos comerciais”, diz a CEO.

Uma parte das academias franqueadas é convertida, ou seja, já operavam, mas com outra marca. Com o slogan “Traga sua academia para a Gaviões”, a rede acredita que a conversão pode ser um caminho alternativo à escassez de espaços para montar unidades do zero.

“Todas as nossas trocas de bandeira foram muito bem-sucedidas. As convertidas conseguiram pelo menos o dobro do que faturavam”, explica Priscila. Em 2023, o faturamento da Gaviões foi de R$ 113 milhões. Uma expansão de receita é esperada para este ano, já que a rede está prestes a dobrar de tamanho.

Mas a CEO garante que a ideia não é “roubar” academias de outras redes, tampouco trazer alunos das concorrentes. O foco da empresa são os sedentários. “A maioria das pessoas ainda não frequenta a academia, então temos muito público a conquistar. Não nos interessam os alunos das outras redes, mas sim aqueles que estão no sofá”, conclui Priscila.

The post Pequena notável do mundo fitness, Academia Gaviões sai do ninho e voa para o exterior appeared first on InfoMoney.



source https://www.infomoney.com.br/business/pequena-notavel-do-mundo-fitness-academia-gavioes-sai-do-ninho-e-voa-para-o-exterior/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

De Pequim a Lisboa: quais são as 10 melhores cidades para combinar trabalho e lazer 

O trabalho híbrido e remoto, que ganhou força durante a pandemia, tornou-se um arranjo permanente para muitas empresas, permitindo um equilíbrio maior entre trabalho e lazer. Nesse sentido, o International Workplace Group (IWG) elaborou um ranking com as dez melhores cidades do mundo para trabalho e lazer (ou férias). Em 2024, a primeira posição da lista é ocupada pela capital húngara, Budapeste, seguida por Barcelona (Espanha) e Rio de Janeiro (Brasil). Uma mudança quase completa em relação aos locais escolhidos no ano anterior, que foram Barcelona, Dubai (EAU) e Praga (República Tcheca). Leia também: Morar fora em 2024: veja países baratos, como investir e mais para fazer real durar no exterior O resultado deste ano, divulgado pelo portal CNBC na última quarta-feira (21), corresponde a uma pesquisa com 1.000 profissionais que trabalham de forma híbrida ou remota pelo mundo. Segundo a IWG, o levantamento considera a pontuação de dez categorias: acomodação, alimentação, clima, c...

Nunes, Datena e Boulos têm empate triplo em SP, mas prefeito leva melhor no 2º turno

A 68 dias das eleições municipais , o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) , o apresentador de televisão José Luiz Datena (PSDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) estão tecnicamente empatados na disputa pela prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (30). Baixe uma planilha gratuita para calcular seus investimentos em renda fixa e fuja dos ativos que rendem menos O levantamento, realizado entre os dias 25 e 28 de julho, mostra que, em cenário estimulado (ou seja, quando são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados) de primeiro turno, Nunes (MDB), que tenta a reeleição, mantém a liderança numérica na corrida, com 20% das intenções de voto − 2 pontos percentuais a menos do que na pesquisa anterior, divulgada em junho. Logo atrás, Datena e Boulos , com 19% cada. Em um mês, o primeiro variou positivamente 2 p.p., ao passo que o segundo escorregou na mesma proporção. Como a margem máxima de erro é de 3,1 pontos percentuai...

Quanto rendem R$ 100 mil no CDB? Veja simulação para diferentes prazos e tipos

A taxa básica de juros do Brasil, a Selic, foi elevada para 10,75% ao ano em setembro e, diante do cenário macroeconômico local, a expectativa do mercado é que o Banco Central faça novos ajustes para cima ainda em 2024, o que pode beneficiar os CDBs, muito procurados por pessoas físicas. O InfoMoney simulou quanto R$ 100 mil investidos nesses títulos de renda fixa renderiam em um, dois e três anos. Foram considerados tanto os CDBs atrelados à inflação como os pós (indexados ao CDI) e os prefixados. Quanto rendem R$ 100 mil em CDB de inflação Os CDBs de inflação devolvem ao investidor o montante aplicado corrigido pela média da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, mais uma taxa prefixada. No caso desse tipo de aplicação, R$ 100 mil alocados nesta segunda-feira (14) gerariam um rendimento líquido de  R$ 8.762,47  a  R$ 28.483,34  entre um e três anos, já descontado o imposto de renda (IR), que varia entre 22,5% e 15%, con...