Pular para o conteúdo principal

Black Friday: seguro protege consumidor de golpes em compra online?

A Black Friday está se aproximando e, com ela, a expectativa de um volume significativo de brasileiros aproveitando as promoções – inclusive no ambiente digital, deixando o consumidor exposto a golpes e fraudes.

Somente nas semanas que antecedem o mês das promoções, mais de mil sites fraudulentos, imitando marcas como McDonald’s, Nike, Amazon e Mercado Livre, foram identificados, aponta estudo da Branddi. Diante desse cenário, fica a questão: tem seguro para proteger o consumidor nesse tipo de situação?

Quando se trata de transações online, os consumidores podem contar com alguns tipos de seguros, cujas condições variam conforme a seguradora. De forma geral, são basicamente três, explica Paulo Davidoff, diretor de operações massificadas da corretora de seguros Alper (veja tabela abaixo).

Seguro O que cobre O que não cobre
Perda, roubo ou furto de cartão Compras feitas com cartões furtados, perdidos e roubados, até o limite da cobertura.
Importante comunicar o roubo, furto ou perda do cartão em até 72h após o ocorrido para que a cobertura seja válida
Cartões que não estão em posse física do beneficiário do seguro ou em trânsito, clonagem e fraude eletrônica, perda de senha
Bolsa Protegida Roubo de bens da bolsa ou mochila, incluindo carteira, telefone celular, óculos de sol e de grau, cosméticos e perfumes, chaves de casa e do carro e documentos pessoais, até o limite da cobertura. Hoje, dependendo da instituição que comercializou o seguro, já é incorporado ao seguro de perda, roubo e furto do cartão. Importante destacar que o cartão tem que estar junto da bolsa, carteira ou mochila subtraída Itens não cobertos pela apólice (contrato de seguro), bens sem comprovação de propriedade, subtração sem violência ou grave ameaça por pessoas conhecidas do segurado
 
Seguro Pix Pix ou TED feitos mediante ameaça ao segurado ou devido ao furto do celular, até o limite da cobertura. Pode ser oferecido isoladamente, por exemplo, em bancos digitais que não disponibilizem cartão físico ao cliente ou em conjunto com as coberturas citadas acima Prejuízos devidos a fundos insuficientes na conta

Davidoff explica ainda que atualmente esses seguros se complementam, em muitos casos: o “bolsa protegida” é usualmente ligado às operações de cartões físicos, já o “seguro pix” é mais ligado aos ambientes de contas digitais. “Mas pode haver em muitos casos uma fusão de coberturas, por exemplo, bancos digitais que oferecem cartões físicos, mas também estão fortemente presentes nas operações digitais de meios de pagamento”, diz. 

Contudo, o especialista esclarece que qualquer um dos seguros citados protege em situações que envolvam ameaça, coação ou roubo do cartão ou do eletrônico móvel que é feita a operação ilegal. Ou seja, é necessário alguma dessas situações como fato gerador que dará o direito ao segurado à indenização. Compras online realizadas, nestas circunstâncias, estão cobertas. Mas golpes virtuais, não. “Não se enquadra em caso de golpes digitais nos quais o próprio consumidor operacionalizou uma compra indevida, sendo enganado por uma golpista, por exemplo. Nesses casos, cabe recorrer ao banco para cancelar ou tentar ser ressarcido da operação”, acrescenta Davidoff.

“Esses seguros são muito importantes especialmente em um contexto de final de ano, em que a taxa de criminalidade costuma aumentar. Porém, os seguros não protegem contra golpes ou fraudes”, reforça Carlos Eduardo Silva, superintendente de Parcerias da Zurich, seguradora que comercializa tanto o “seguro pix” quanto o de “perda, roubo e furto de cartão”.

Segundo Silva, não estão cobertas situações como:

  • Golpes por meio de links falso de redes de varejos;
  • Falsa central telefônica de bancos e contatos por WhatsApp, por exemplo;
  • Violação de senhas.

“Por isso, e considerando todo o transtorno que essas situações podem trazer às pessoas, é importante os clientes estarem atentos e tomarem medidas para se precaverem”, salienta o executivo da Zurich.

Quanto custa?

Em termos de custo, os especialistas do mercado alegam serem coberturas acessíveis: os seguros variam de R$ 5 a R$ 7 mensais, em média, com coberturas entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, dependendo da seguradora. “O preço é considerado baixo, especialmente se comparado ao potencial prejuízo que pode ser evitado”, observa Davidoff.

As ofertas costumam vir das próprias instituições que emitem os meios de pagamento, como bancos, carteiras digitais e varejistas com cartões próprios, oferecidas pelas seguradoras dos próprios bancos ou parceiras.

Evolução da oferta

Os especialistas avaliam que em função da digitalização da economia e do aumento das transações eletrônicas também é possível ver uma evolução do mercado de seguros em coberturas para ampliar a proteção financeira aos consumidores. Os populares” seguros pix”, por exemplo, são recentes, desenvolvidos em 2020 diante de uma necessidade da sociedade.

Outro exemplo é o da Porto Seguro, que em junho anunciou o lançamento de uma nova cobertura para o seguro de celular, que passa a garantir a proteção das transações financeiras​​ realizadas indevidamente (por terceiros) em caso de roubo ou furto dos aparelhos segurados. A seguradora informa que a cobertura serve para transações indevidas realizadas por meio de cartões de débito e crédito cadastrados nas carteiras digitais, além de transações realizadas via pix e pagamento de boletos.

Segundo Jarbas Medeiros, diretor de Ramos Elementares e Vida da companhia, cerca de 35% dos segurados que compraram o seguro para celular já aderiram a essa cobertura desde que ela foi lançada.

Assim como nos outros seguros citados anteriormente, Medeiros ressalta que golpes virtuais não estão cobertos – para ter direito à indenização, “o consumidor deve ter tido o sinistro (ocorrência do risco previsto no contrato) principal, como o roubo do celular, por exemplo”, exemplifica.

The post Black Friday: seguro protege consumidor de golpes em compra online? appeared first on InfoMoney.



source https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/black-friday-seguro-protege-consumidor-de-golpes-em-compra-online/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

De Pequim a Lisboa: quais são as 10 melhores cidades para combinar trabalho e lazer 

O trabalho híbrido e remoto, que ganhou força durante a pandemia, tornou-se um arranjo permanente para muitas empresas, permitindo um equilíbrio maior entre trabalho e lazer. Nesse sentido, o International Workplace Group (IWG) elaborou um ranking com as dez melhores cidades do mundo para trabalho e lazer (ou férias). Em 2024, a primeira posição da lista é ocupada pela capital húngara, Budapeste, seguida por Barcelona (Espanha) e Rio de Janeiro (Brasil). Uma mudança quase completa em relação aos locais escolhidos no ano anterior, que foram Barcelona, Dubai (EAU) e Praga (República Tcheca). Leia também: Morar fora em 2024: veja países baratos, como investir e mais para fazer real durar no exterior O resultado deste ano, divulgado pelo portal CNBC na última quarta-feira (21), corresponde a uma pesquisa com 1.000 profissionais que trabalham de forma híbrida ou remota pelo mundo. Segundo a IWG, o levantamento considera a pontuação de dez categorias: acomodação, alimentação, clima, c...

Nunes, Datena e Boulos têm empate triplo em SP, mas prefeito leva melhor no 2º turno

A 68 dias das eleições municipais , o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) , o apresentador de televisão José Luiz Datena (PSDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) estão tecnicamente empatados na disputa pela prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (30). Baixe uma planilha gratuita para calcular seus investimentos em renda fixa e fuja dos ativos que rendem menos O levantamento, realizado entre os dias 25 e 28 de julho, mostra que, em cenário estimulado (ou seja, quando são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados) de primeiro turno, Nunes (MDB), que tenta a reeleição, mantém a liderança numérica na corrida, com 20% das intenções de voto − 2 pontos percentuais a menos do que na pesquisa anterior, divulgada em junho. Logo atrás, Datena e Boulos , com 19% cada. Em um mês, o primeiro variou positivamente 2 p.p., ao passo que o segundo escorregou na mesma proporção. Como a margem máxima de erro é de 3,1 pontos percentuai...

Quanto rendem R$ 100 mil no CDB? Veja simulação para diferentes prazos e tipos

A taxa básica de juros do Brasil, a Selic, foi elevada para 10,75% ao ano em setembro e, diante do cenário macroeconômico local, a expectativa do mercado é que o Banco Central faça novos ajustes para cima ainda em 2024, o que pode beneficiar os CDBs, muito procurados por pessoas físicas. O InfoMoney simulou quanto R$ 100 mil investidos nesses títulos de renda fixa renderiam em um, dois e três anos. Foram considerados tanto os CDBs atrelados à inflação como os pós (indexados ao CDI) e os prefixados. Quanto rendem R$ 100 mil em CDB de inflação Os CDBs de inflação devolvem ao investidor o montante aplicado corrigido pela média da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, mais uma taxa prefixada. No caso desse tipo de aplicação, R$ 100 mil alocados nesta segunda-feira (14) gerariam um rendimento líquido de  R$ 8.762,47  a  R$ 28.483,34  entre um e três anos, já descontado o imposto de renda (IR), que varia entre 22,5% e 15%, con...