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Locação comercial dispara em 2024 e preços têm alta recorde de 7,88%

Os preços da locação dos imóveis comerciais dispararam 7,88% em 2024, batendo recorde com o maior crescimento anual desde o início da série histórica medida pelo índice FipeZap, em 2013. Por outro lado, o índice de preços para venda de imóveis comerciais registrou um crescimento de apenas 0,40% no ano, refletindo um contraste significativo entre as duas modalidades do mercado imobiliário.

A explicação para tamanha diferença está no cenário de juros mais alto que dominaram todo o ano passado, afastando os investidores dos imóveis comerciais e elevando a demanda pelo aluguel, segundo Alison Oliveira, coordenador do índice FipeZap. “Os juros altos esfriaram o mercado de venda, enquanto a locação já recuperou toda a perda da pandemia e continua crescendo”, afirma.

Leia também: São Paulo tem o aluguel mais caro do país; veja ranking e custo do metro quadrado

Na comparação, os índices de referência para a economia brasileira como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), considerado o “índice do aluguel”, encerraram o ano com altas acumuladas de, respectivamente, 4,83% e 6,54%.

Cada localidade teve uma dinâmica própria. Entre as cidades monitoradas pelo FipeZap com maior valorização para locação de imóveis para locação estão Niterói (+17,84%); Curitiba (+10,89%); Rio de Janeiro (+9,05%); Belo Horizonte (+8,47%); Brasília (+7,62%); São Paulo (+7,13%); Salvador (+6,23%); Campinas (+5,71%); Florianópolis (+5,11%), e Porto Alegre (+4,63%).

Já no caso dos preços de venda, os destaques ficam por conta de Curitiba (+7,16%) e Salvador (+5,50%), que lideraram, seguidas por Niterói, com alta de 2,40%; Florianópolis (1,80%); São Paulo (1,33%), e Campinas (1,02%). Enquanto isso, Rio de Janeiro (-3,56%) e Belo Horizonte (-2,04%) tiveram retrações.

Segundo Oliveira, em cada cidade o ritmo do mercado é diferente. Assim, em Curitiba, o crescimento é maior por causa da atividade mais aquecida na região. “Já em São Paulo, principal centro comercial do país, muitas empresas ainda estão em regime híbrido de trabalho, o que tira a força do mercado imobiliário comercial”, explica.

Resultado de dezembro de 2024

No último mês de 2024, os preços de locação subiram 0,23%, enquanto os de venda aumentaram 0,16%. Ambos ficaram abaixo dos índices inflacionários, como o IPCA (+0,52%) e o IGP-M (+0,94%), demonstrando um desempenho mais moderado no período.

Entre as cidades analisadas, Curitiba (+1,02%) e Niterói (+4,29%) lideraram as altas nos preços de venda e locação, respectivamente. Já localidades como Brasília (-0,66%) e Curitiba (-1,16%) registraram quedas nos respectivos segmentos.

Em dezembro, o preço médio para venda foi de R$ 8.421/m², enquanto o de locação ficou em R$ 45,53/m². São Paulo destacou-se com os valores mais altos: R$ 10.142/m² (venda) e R$ 54,40/m² (locação). Salvador, por outro lado, apresentou os preços mais baixos, com R$ 5.328/m² (venda) e R$ 42,34/m² (locação).

O retorno médio de aluguel de imóveis comerciais, o chamado rental yield, foi de 6,70% ao ano, superior aos 6,01% do mercado residencial, mas abaixo das aplicações financeiras tradicionais em 2024. Salvador liderou com a maior rentabilidade anual (9,52% a.a.), seguida por Campinas (7,86% a.a.).

Considerando as outras localidades em que os preços de imóveis comerciais são acompanhados pelo Índice FipeZAP, as taxas de retorno para quem tem a finalidade de obter renda com o aluguel foram as seguintes: São Paulo (6,73% a.a.); Porto Alegre (6,49% a.a.); Brasília (6,49% a.a.); Niterói (6,45% a.a.); Rio de Janeiro (6,33% a.a.); Florianópolis (6,25% a.a.); Belo Horizonte (6,24% a.a.); e Curitiba (5,77% a.a.).

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