
A aquisição de bens de alto valor, como veículos, eletrodomésticos e eletrônicos, tem cada vez mais exigido um planejamento financeiro cuidadoso por parte das famílias brasileiras. Isso porque, dada a realidade econômica atual, com a taxa básica de juros (Selic) em 13,25% ao ano e expectativas de mais altas, o custo do crédito para as pessoas físicas torna-se um fator determinante na decisão de compra.
Nesse sentido, explorar diferentes modalidades de financiamento disponíveis no mercado pode ser essencial para fazer escolhas que realmente caibam no bolso. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC), por exemplo, costuma ser utilizado para a aquisição de bens de consumo duráveis.
Sob esse formato, uma instituição financeira concede crédito ao consumidor para a compra de um bem específico — entram no rol produtos de alto valor, como carro, moto ou um eletrodoméstico mais caro. O pagamento, por sua vez, é realizado em parcelas mensais, com juros pré-estabelecidos, sendo que hoje, segundo o Banco Central, a taxa média do CDC é de 1,8% ao mês.
“Embora seja inferior às praticadas em modalidades como o cheque especial ou o cartão de crédito rotativo, essa taxa ainda representa um custo significativo para o consumidor”, diz o planejador financeiro Jeff Patzlaff, especialista em finanças comportamentais. Segundo ele, o consumidor deve comparar as taxas de juros, o Custo Efetivo Total (CET), e as condições de pagamento antes de decidir pela melhor opção.
Quanto custa um financiamento via CDC?
De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), em janeiro de 2025, a taxa média de juros para pessoa física foi de 120,47% ao ano. Esse número representa um aumento de 30,11% em relação a janeiro de 2021.
Considerando que o CDC geralmente oferece taxas de juros mais competitivas para os consumidores, a pedido do InfoMoney, Patzlaff calculou quanto custaria o financiamento de um carro e uma moto por essa modalidade. Os preços usados para os bens são referentes aos modelos mais vendidos do ano passado, como o Fiat Strada (R$ 105 mil) e a Honda CG 160 (R$ 16,4 mil), além de considerar os prazos mais usados no mercado. Veja a seguir.

Outros produtos que podem ser financiados por meio do CDC são eletrodomésticos e eletrônicos. Pensando nesses casos, o planejador financeiro fez outras simulações, sobre o financiamento de uma geladeira, um notebook e uma televisão, considerando prazos menores do que os observados no caso do carro e da moto, visto que os valores são inferiores.

Vale lembrar que, para a compra desses bens, existem outras formas de obter crédito. Inclusive, alguns lojistas, por meio dos carnês, costumam “financiar” a compra dos clientes. Mas, novamente, a recomendação é ficar atento com as taxas aplicadas, visto que essa forma de parcelamento é direta entre o lojista e o consumidor, sem a intermediação de uma instituição financeira.
“As lojas acabam utilizam esse meio para o cliente voltar e assim gastar novamente. Esse é o motivo principal para oferecerem o carnê, então cuidado para não cair nessa armadilha”, alerta Patzlaff.
Outras formas de crédito
Além do CDC, outras modalidades podem ser consideradas na aquisição, até mesmo o cartão de crédito, sobretudo no caso dos eletrodomésticos. “O ideal pode ser passar o produto no cartão de crédito, para acúmulo de milhas ou benefícios, já que algumas lojas oferecem parcelamento sem juros no cartão para determinados produtos e prazos”, diz o planejador financeiro.
Junto a essas opções, ele ainda cita duas alternativas, mas que devem envolver um maior planejamento financeiro por parte do comprador:
- Empréstimo consignado: disponível para aposentados, pensionistas do INSS e funcionários públicos, possui taxas de juros mais baixas, pois as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento ou benefício. Em janeiro de 2025, a taxa máxima para empréstimos consignados foi ajustada para 1,8% ao mês.
- Consórcio: nesta modalidade, o consumidor participa de um grupo e contribui com parcelas mensais para a formação de um fundo comum, que é utilizado para a aquisição dos bens pelos participantes, por meio de sorteio ou lance. O consórcio não possui juros, mas há cobrança de taxas administrativas e correção. É uma opção interessante para quem não tem urgência na aquisição.
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