
Os investidores acompanham os mercados nesta segunda-feira (17) após a forte valorização do Ibovespa na sexta-feira (14), quando o principal índice da bolsa brasileira avançou 2,70%, encerrando aos 128.218,59 pontos. O dólar também recuou mais de 1% frente ao real, voltando a ser negociado abaixo de R$ 5,70, acompanhando o enfraquecimento global da moeda norte-americana.
O movimento ocorreu depois que o governo Trump anunciou o adiamento da cobrança de tarifas recíprocas de importação e após a divulgação de dados que mostraram retração no varejo dos Estados Unidos em janeiro. O dólar à vista caiu 1,22%, fechando a R$ 5,6974, menor cotação de encerramento desde 7 de novembro de 2024, quando atingiu R$ 5,6759.
A agenda econômica do dia inclui, no Brasil, a divulgação do IGP-10 de fevereiro às 8h, seguida pelo Boletim Focus, às 8h25, e pelo IBC-Br de dezembro, às 9h, indicador que funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Nos Estados Unidos, a sessão será marcada pela ausência de eventos relevantes devido ao feriado do Dia dos Presidentes, que ocorre sempre na terceira segunda-feira de fevereiro em homenagem a George Washington, primeiro presidente dos EUA.
O que vai mexer com o mercado nesta segunda
Agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa às 11h da cerimônia de retomada da indústria naval e offshore brasileira, no âmbito do Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras, no Tebig. Às 15h30, o presidente se reúne com o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Fazenda substituto, Dario Durigan; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e o advogado-geral da União, Jorge Messias.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, inicia sua agenda às 10h com uma audiência com representantes da Warren Rena. Em seguida, às 11h, reúne-se com André Gustavo Borba Assumpção Haui, presidente do BB Seguridade. À tarde, às 14h, tem encontro com representantes da Tenax Capital. Logo depois, às 15h, participa de uma audiência com Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), e Renato Lomonaco, diretor de Assuntos Econômicos e Financeiros. À noite, às 19h30, participa de um jantar com o Conselho de Administração da The Nature Conservancy, em São Paulo. Todas as agendas são fechadas à imprensa.
Já o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton José Schneider David, participa como palestrante no evento Plano de Voo 2025, promovido pela Amcham Brasil – Câmara Americana de Comércio para o Brasil, em São Paulo, das 11h30 às 12h. A participação é aberta à imprensa, tanto presencialmente quanto por transmissão.
Nos EUA, às 11h30, Patrick Harker, do Federal Reserve (Fed) da Filadélfia, faz um discurso. Em seguida, às 12h20, a diretora do Fed, Michelle Bowman, também discursa. Mais tarde, às 20h, é a vez de Christopher Waller, diretor do Fed, apresentar sua fala.
Brasil
8h – IGP-10 (fevereiro)
08h25 – Focus (semanal)
9h – IBC-Br (dezembro)
Zona do Euro
7h – Balança comercial
Internacional
Brincar com o dólar
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a ameaçar os países do Brics na sexta-feira (14), afirmando que podem enfrentar tarifas se criarem uma moeda própria. Segundo ele, a ideia de enfraquecer o dólar “está morta agora”. O grupo, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, discute alternativas para reduzir a dependência da moeda norte-americana. Na véspera, Trump já havia dito que os EUA poderiam aumentar tarifas “se quiserem brincar com o dólar”. A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, criticou o uso da moeda como arma durante a Cúpula do Brics. O bloco, que agora conta com dez membros permanentes, representa 31,5% do PIB global e abriga 45,2% da população mundial.
Data certa
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pretende impor tarifas no dia 2 de abril e não no dia 1º de abril, por questão de superstição.mA resposta foi dada a várias perguntas simultâneas de repórteres sobre tarifas, incluindo sobre automóveis, em coletiva concedida nesta sexta-feira, 14, na Casa Branca.
Comprar briga
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, criticou líderes europeus na Conferência de Segurança de Munique, questionando se os valores do continente ainda merecem a defesa americana. Ele acusou a Europa de reprimir a liberdade de expressão, ignorar preocupações populistas e falhar no controle da imigração. Em vez de abordar temas como a guerra na Ucrânia, atacou políticas internas do bloco. A União Europeia reagiu, acusando Washington de “comprar briga”. A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, disse que aliados deveriam focar em ameaças reais. Já o ministro alemão da Defesa classificou as falas como “inaceitáveis”. A televisão estatal russa celebrou as declarações, destacando o distanciamento entre EUA e Europa.
Plano
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que teve uma boa conversa com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, sobre um plano para encerrar a guerra. Após o encontro na Conferência de Segurança de Munique, Zelensky agradeceu o apoio americano, mas reforçou a necessidade de garantias reais de segurança. Vance destacou a importância de negociações para uma paz duradoura, sem entrar em detalhes. A reunião ocorre enquanto Donald Trump busca intermediar o conflito, sugerindo um encontro com Putin nos próximos meses. Há preocupações sobre possíveis concessões territoriais na negociação.
Fora das negociações
A França disse no domingo que sediará uma cúpula de líderes europeus na segunda-feira para discutir a guerra na Ucrânia e a segurança europeia, conforme o continente tenta dar uma resposta concreta à abordagem unilateral do presidente dos EUA, Donald Trump, ao conflito.
O enviado de Trump à Ucrânia, Keith Kellogg, disse no sábado que a Europa não teria um assento à mesa para as negociações de paz na Ucrânia depois que Washington enviou um questionário às capitais europeias para perguntar o que elas poderiam contribuir para as garantias de segurança de Kiev.
Economia
Inflação
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou na sexta-feira (14) que a autoridade monetária tem as ferramentas para controlar a inflação e que a política de juros restritivos funcionará. Em evento da Fiesp e do Iedi, ele destacou que a Selic foi elevada para conter a alta de preços, mas alertou para a necessidade de cautela na reação do BC. O mercado projeta inflação acima da meta para 2025 e 2026, enquanto dados recentes indicam desaceleração da economia. Galípolo reafirmou o compromisso do BC com a estabilidade de preços e descartou preocupações sobre dominância fiscal.
Incertezas
Galípolo também afirmou que há incertezas sobre as políticas dos EUA e seu impacto global. No entanto, ele destacou que o Brasil pode ser menos afetado do que o México por tarifas impostas por Trump, caso ele retorne à presidência. O México, segundo Galípolo, depende mais dos EUA devido ao nearshoring. Durante evento da Fiesp e do Iedi, ele ressaltou que guerras tarifárias são prejudiciais ao comércio global. Ainda assim, o impacto sobre o Brasil tende a ser menor. O presidente do BC também citou a falta de sincronia entre políticas monetárias globais, agravada após a pandemia. Segundo ele, os bancos centrais enfrentam desafios internos distintos, influenciando suas decisões econômicas.
Estrangeiros de volta
Gestores de fundos voltam a investir no Brasil, apostando em títulos corporativos em dólar, como os da Raízen (RAIZ4) e Usiminas (USIM5). Os ativos locais se beneficiam da valorização do real e da menor atenção de Trump ao país. Após turbulências no fim de 2024, o mercado reage à melhora da relação risco-retorno, favorecendo empresas exportadoras. Apesar disso, juros elevados e desafios fiscais ainda preocupam investidores. O Banco Central prevê inflação acima da meta, exigindo política monetária rígida. A incerteza sobre os gastos do governo Lula segue no radar. Exportações para os EUA são menores que para a China, reduzindo impactos de tarifas. Fundos como Neuberger Berman e Pictet aumentaram discretamente sua exposição ao Brasil.
Política
Ficha Limpa
Pesquisa AtlasIntel divulgada neste domingo, 16, mostra que a população rejeita de forma expressiva mudanças na Lei da Ficha Limpa e se divide sobre a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Os dois temas são centrais na agenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.
Credibilidade das Forças Armadas
A confiança dos brasileiros nas Forças Armadas está em queda desde meados de 2023, e, hoje, sete em cada dez brasileiros dizem não confiar no Exército Brasileiro, na Marinha do Brasil e na Força Aérea Brasileira. Só 24% dizem confiar nas Forças, e 4% disseram não saber se confiam ou não. Os dados são da pesquisa Atlas, elaborada para o canal de TV à cabo CNN Brasil.
Pior marca
A aprovação de Lula caiu para 24%, a pior marca de seus mandatos, enquanto a reprovação subiu para 41%, segundo o Datafolha. A pesquisa ouviu 2.007 eleitores entre 10 e 11 de junho, com margem de erro de dois pontos percentuais. Em dezembro, 35% aprovavam o governo. A queda ocorre após a “crise do Pix” e a troca na Secom, com Sidônio Palmeira substituindo Paulo Pimenta. A inflação dos alimentos também gerou críticas, com declarações do governo sendo ironizadas pela oposição. Lula enfrentou pior avaliação antes apenas na crise do mensalão, em 2005.
Acordo firmado
Após negociações, os governos federal e estadual acordaram a construção de um túnel submerso ligando Santos e Guarujá, em São Paulo, com custo de R$ 6 bilhões, dividido igualmente. O projeto, fundamental para o Porto de Santos e para melhorar a mobilidade, vai reduzir o tempo de travessia atual, feita por balsas, e impulsionar o turismo local. A disputa pela condução do edital foi resolvida com o governo paulista ficando responsável, e o leilão está previsto para 1º de agosto. Lula e Tarcísio buscam capital político com a obra, que é vista como um marco para a infraestrutura paulista.
COP30
O presidente Lula afirmou nesta sexta-feira (14) que acredita que Donald Trump não virá ao Brasil para a Cúpula das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, devido à falta de compromisso das nações ricas com a preservação ambiental. Durante evento em Belém, Lula minimizou a escassez de hotéis e disse que a COP será realizada “do jeito que for”, sem “enfeitar” a cidade. Ele ressaltou que Belém, localizada na Amazônia Legal, foi escolhida pela ONU, e, apesar da crise hoteleira, a cidade recebe investimentos de R$ 10,6 bilhões entre federal, estadual e municipal. A COP30 ocorrerá de 10 a 21 de novembro.
Corporativo
Raízen (RAIZ4)
A Raízen reportou prejuízo líquido de R$ 2,57 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/25 (outubro/dezembro), com impacto de menor contribuição dos resultados operacionais e aumento das despesas financeiras, incluindo efeitos isolados.
O resultado reverte lucro de R$ 793,3 milhões apurado no mesmo período da temporada anterior, conforme relatório de resultados divulgado nesta sexta-feira.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia somou R$ 3,12 bilhões no mesmo período, recuo de 20,5% ano a ano, contra expectativa média de analistas de R$ 3,42 bilhões, segundo dados da LSEG.
Vale (VALE3)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira que a Vale (VALE3) distribua dividendos a seus acionistas mas, ao mesmo tempo, não deixe de fazer investimentos, dada sua importância estratégica para o país.
Lula disse ainda, durante evento de lançamento do programa da empresa chamado Novo Carajás, que a relação entre mineradora e governo enfrentou um “clima desagradável”, um “fio desencapado”, mas tende a se acertar agora que está à frente da Presidência da República e tem Gustavo Pimenta no comando da empresa.
(Com Reuters, Bloomberg e Estadão Conteúdo)
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