Pular para o conteúdo principal

Tesouro RendA+ e outros investimentos: o que acontece em caso de morte?

man-593333_1280

O Tesouro RendA+, criado em 2023 para complementar a aposentadoria dos brasileiros, teve recorde de investimentos – no final de janeiro, o total aplicado no papel somou R$ 4 bilhões, um crescimento de 150% em 12 meses.

O sucesso do título levanta algumas perguntas, e uma delas é uma dúvida que vale para aplicações financeiras em geral: o que acontece caso o dono do título morra antes de terminado o período de 20 anos de pagamento, que se inicia a partir do vencimento do papel?

Leia mais: Sem pegadinha: Tesouro RendA+ pode transformar R$ 40 mil em R$ 1,2 milhão; veja como

Em primeiro lugar, é importante saber que os investimentos em renda fixa e variável são considerados bens a serem passados aos herdeiros.

Por isso, devem ser incluídos no inventário, que precisa ser aberto no prazo de até 60 dias após o óbito com o objetivo de se fazer a análise e partilha, como explica Eliane Tanabe, planejadora financeira CFP pela Planejar.

A exceção, explica, são os planos de previdência privada. “Os recursos de planos de previdência são distribuídos diretamente aos beneficiários especificados pelo investidor falecido ou, na ausência de indicação de beneficiários, a divisão segue aos herdeiros legais”, afirma.

Falecimento deve ser comunicado a instituições financeiras

Já no caso de ações, fundos ou títulos do Tesouro, como o RendA+, o primeiro passo é que sejam incluídos no inventário do falecido, que é o levantamento de todos os bens.

Leia mais: Velhice com luxo: R$ 239 mil no RendA+ permitem uma renda de R$ 30 mil por 20 anos

“Depois de lavrada a escritura de partilha, os herdeiros devem requerer as ações ou os títulos públicos diretamente aos bancos ou corretoras onde o investidor falecido mantinha relacionamento financeiro”, explica Tanabe.

Após essa comunicação, os herdeiros podem optar ou por resgatar o montante investido ou pela manutenção dos recursos aplicados – neste último caso, é necessário haver transferência de custódia.

“Os herdeiros podem requerer a transferência de custódia ou solicitar a venda das ações ou dos títulos públicos e depois transferir os recursos líquidos para sua respectiva conta bancária ou sua corretora de valores de relacionamento”, diz a especialista.

É importante ressaltar que, no momento em que instituições financeiras são notificadas de um óbito, a conta do titular é bloqueada com o objetivo de proteger os recursos aplicados, e é impossível movimentá-los até que o inventário seja concluído.

E os investimentos continuam rendendo?

Outra dúvida que surge é se, durante o processo de inventário, os investimentos do falecido continuam rendendo normalmente. A resposta é sim.

No caso de investimentos que pagam juros periódicos, estes continuarão sendo depositados em conta, mas sem renderem juros – a exceção são as contas remuneradas.

“Os investimentos que pagam cupom de juros periódicos em conta continuarão sendo creditados em conta do investidor falecido, porém sem remuneração, a menos que a conta seja um tipo de conta remunerada”, explica Tanabe. “Tanto as aplicações quanto os valores desses cupons de juros só poderão ser acessados pelos herdeiros após a definição da partilha legal.”

The post Tesouro RendA+ e outros investimentos: o que acontece em caso de morte? appeared first on InfoMoney.



source https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/tesouro-renda-e-outros-investimentos-o-que-acontece-em-caso-de-morte/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nova tabela progressiva do IR atualiza faixa de isenção da PLR; veja o que muda

Com a atualização da base da tabela progressiva para o Imposto de Renda, a Receita Federal também ajustou a tributação para quem ganha a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) das empresas. Em fevereiro, o governo federal aumentou a primeira faixa da tabela progressiva do IR para o ano que vem, que subiu dos atuais R$ 2.640 para R$ 2.824 — o dobro do salário-mínimo em vigor em 2024 (R$ 1.412). Depois, através de uma instrução normativa, atualizou também a primeira faixa da tabela para PLRs. A mudança está válida desde fevereiro deste ano e passa a impactar os valores informados na declaração de IR 2025. A PLR é um valor pago de “bônus” aos profissionais e fica retida na fonte, ou seja, é tributada antes de cair na conta do beneficiado. A faixa de isenção atual da PLR é de R$ 7.404,11 e passará a ser de R$ 7.640,80. As outras faixas de tributação permanecem iguais. Veja a tabela válida para o IR 2025: Valor do PLR anual (em R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do impos...

De Pequim a Lisboa: quais são as 10 melhores cidades para combinar trabalho e lazer 

O trabalho híbrido e remoto, que ganhou força durante a pandemia, tornou-se um arranjo permanente para muitas empresas, permitindo um equilíbrio maior entre trabalho e lazer. Nesse sentido, o International Workplace Group (IWG) elaborou um ranking com as dez melhores cidades do mundo para trabalho e lazer (ou férias). Em 2024, a primeira posição da lista é ocupada pela capital húngara, Budapeste, seguida por Barcelona (Espanha) e Rio de Janeiro (Brasil). Uma mudança quase completa em relação aos locais escolhidos no ano anterior, que foram Barcelona, Dubai (EAU) e Praga (República Tcheca). Leia também: Morar fora em 2024: veja países baratos, como investir e mais para fazer real durar no exterior O resultado deste ano, divulgado pelo portal CNBC na última quarta-feira (21), corresponde a uma pesquisa com 1.000 profissionais que trabalham de forma híbrida ou remota pelo mundo. Segundo a IWG, o levantamento considera a pontuação de dez categorias: acomodação, alimentação, clima, c...

Quanto rendem R$ 100 mil no CDB? Veja simulação para diferentes prazos e tipos

A taxa básica de juros do Brasil, a Selic, foi elevada para 10,75% ao ano em setembro e, diante do cenário macroeconômico local, a expectativa do mercado é que o Banco Central faça novos ajustes para cima ainda em 2024, o que pode beneficiar os CDBs, muito procurados por pessoas físicas. O InfoMoney simulou quanto R$ 100 mil investidos nesses títulos de renda fixa renderiam em um, dois e três anos. Foram considerados tanto os CDBs atrelados à inflação como os pós (indexados ao CDI) e os prefixados. Quanto rendem R$ 100 mil em CDB de inflação Os CDBs de inflação devolvem ao investidor o montante aplicado corrigido pela média da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, mais uma taxa prefixada. No caso desse tipo de aplicação, R$ 100 mil alocados nesta segunda-feira (14) gerariam um rendimento líquido de  R$ 8.762,47  a  R$ 28.483,34  entre um e três anos, já descontado o imposto de renda (IR), que varia entre 22,5% e 15%, con...